O dólar abriu a semana em queda de 0,42% ante o real após o encontro entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, e fechou o dia negociado a R$ 5,37. O Ibovespa, por sua vez, engatou a quarta alta consecutiva e encerrou o dia no maior patamar de fechamento da história (146.969,09 pontos).
Dólar comercial fechou a primeira sessão da semana em queda de 0,42%. O recuo da divisa norte-americana em relação ao real foi registrado desde os primeiros negócios do dia. O movimento acontece após a reunião entre Lula e Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, que ampliou as expectativas de acordo comercial do Brasil com os Estados Unidos.
Moeda dos EUA mantém trajetória de baixa ante o real. Apesar da leve alta de 0,11% registrada na sexta-feira, o sinal foi favorável à divisa brasileira na semana passada (-0,24%). Com as variações, a divisa norte-americana acumula queda de 13,1% em relação ao real. No entanto, a variação deste mês de outubro apresenta alta de 0,89% e reverte parcialmente a sequência negativa dos meses de agosto (-3,19%) e setembro (-1,83%).
Bolsa de Valores do Brasil conquista novo patamar recorde. O Ibovespa subiu 0,55% e fechou o dia aos 146.960,09 pontos. Trata-se do maior nível de fechamento da história do principal índice do mercado acionário brasileiro, superando a marca registrada em 24 de setembro (146.491,75 pontos).
Desempenho mantém a recente trajetória positiva observada. Nos últimos quatro pregões no azul, o Ibovespa subiu 2%, de 144.085,16 para 146.969,10 pontos. No acumulado deste ano, os ganhos do índice superam 22,2%.
Máxima do pregão foi registrada ainda durante a manhã. O indicador alcançou 147.976,98 pontos, maior patamar intradiário da história. A variação naquele momento superava 1,2%, mas houve uma perda de ritmo ao longo da sessão.
Ações da Usiminas (USIM5) lideraram as altas do pregão. Os papéis da siderúrgica brasileira saltaram mais de 10,5% com as perspectivas de negociações tarifárias com os Estados Unidos. Também apresentaram altas significativas as ações da Marfrig (MBRF3) e do Magazine Luiza, com avanços de, respectivamente, 6,45% e 5,45%.
Mercado de bom humor
Reunião entre Lula e Trump motivou parte do otimismo. Apesar dos elogios pelo encontro, as definições sobre o tarifaço imposto por Trump aos produtos brasileiros permanecem inalteradas. Em entrevista após a reunião, Lula disse ter contestado a sobretaxa de 50% sobre as exportações nacionais e garantiu que haverá uma "solução definitiva em poucos dias".
"Os Estados Unidos não têm déficit com o Brasil, que foi a explicação da famosa taxação ao mundo." - Lula, após encontro com Trump.
Mercado financeiro vê inflação próxima ao teto da meta. As expectativas apresentadas nesta manhã pelo Relatório Focus reduziram as estimativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) deste ano de 4,7% para 4,56%. A atualização coloca a projeção a apenas 0,06 ponto percentual acima do limite de 4,5% da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para a inflação.
"A redução das projeções de inflação no Focus reforça a percepção de estabilidade, mesmo com a Selic mantida em 15%. Esse cenário, ainda que de juros altos, sinaliza uma virada de humor no mercado e um ambiente mais propício à inovação." - Antonio Patrus, diretor da Bossa Invest.
Banco Central realizou leilão para a venda de dólares. Pela manhã, a autoridade monetária negociou US$ 1 bilhão à vista, modalidade que corresponde ao uso das reservas internacionais para injetar dólares na economia. Também foram disponibilizados 20.000 contratos de swap cambial reverso, equivalente à venda de dólares com o compromisso de recompra. As movimentações favorecem a desvalorização da divisa em relação ao real.
Conversas entre EUA e China também animam o mercado. O avanço nas negociações tarifárias entre as duas maiores economias do mundo guia parte do otimismo das Bolsas de Valores ao redor do mundo. Nesta sessão, os principais índices de Wall Street, coração do mercado acionário norte-americano, atingiram máximas recordes. A alta é motivada pela expectativa de acordo comercial na próxima quinta-feira, quando Trump vai se encontrar com o presidente da China, Xi Jinping.
Principais Bolsas dos EUA também fecharam o dia no azul. As altas são lideradas pelo índice Nasdaq, formado pelas grandes empresas do setor de tecnologia, que apresentou ganho de 1,86%, aos 23.637,46 pontos. S&P 500 e Dow Jones avançam 1,23% e 0,71%, respectivamente.