O telescópio espacial James Webb da NASA observou o cometa interestelar 3I/ATLAS em 6 de agosto, com seu instrumento Espectrógrafo de Infravermelho Próximo. E agora, o 3I/ATLAS tem intrigado os cientistas por conta da química peculiar que apresenta. Mas será que o cometa pode atingir a terra? Quais são os riscos?
Em entrevista ao Band.com.br, o professor Roberto Dell’Aglio, do Departamento de Astronomia do IAG/USP explicou que o cometa é um tipo raro, mas afirmou que é apenas o terceiro fora do sistema solar a ser detectado.
“Os primeiros foram 1I/Oumuamua, descoberto em 2017 e 2I/Borisov, descoberto em 2019. A letra "I" em seus nomes remete a "interestelar", definindo assim uma categoria de objetos que não são gravitacionalmente ligados ao sol, mas estão apenas "de passagem" pelo sistema solar”, disse.
O especialista afirmou que o cometa está sendo “levemente desviado pelo campo gravitacional do Sol e depois seguirá para fora do sistema solar”. Além disso, o fenômeno se movimenta em torno de 210 mil quilômetros por hora – velocidade considerada alta para um objeto do sistema solar.
Existe perigo de atingir a terra?
Ainda segundo o professor, não há perigo de o cometa atingir a terra. O planeta mais próximo do qual ele mais se aproximou foi marte, mas, ainda assim, passou a cerca de 30 milhões de km no dia 3 de outubro.
A maior aproximação do nosso planeta, no entanto, será no dia 19 de dezembro, quando o cometa estará a 270 milhões de km da terra, ou seja, o dobro da distância da terra e do Sol.
“Ele está muito longe da Terra e jamais vai se aproximar. Em alguns meses, no dia 16 de março do próximo ano, ele passará a 53 milhões de km de Júpiter, que será o último planeta ao qual ele estará relativamente próximo. Depois disso, seguirá seu caminho se afastando do Sol e em alguns anos deixará o sistema solar definitivamente”, completou.